quarta-feira, 14 de julho de 2010

PARIS HOTEL


O prédio do atual Paris Hotel foi construído em 1825 para casa de um armador de navios.  Em 1826, foi residência do Senhor Vieira Braga, passando depois por vários proprietários. Mais tarde tornou-se o Hotel Internacional.  Em 1865, o hotel hospedou membros da corte de Dom Pedro II, que acompanhado de uma esquadra imperial permaneceu alguns dias na cidade do Rio Grande.   Não há comprovação que o Imperador tenha de fato se hospedado no hotel.  Algumas bibliografias afirmam que Dom Pedro II hospedou-se  e um casarão, ainda existente, nas proximidades do Paris Hotel.   A partir de 1871, o prédio passou a pertencer ao francês Senhor Pascal, que transferiu para o sobrado o Paris Hotel, tornando-se então um estabelecimento de nível internacional. O hotel passou a hospedar artistas e pessoas ilustres durante suas passagens por Rio Grande.  Há registros que Dom Felippe, filho do Conde d'Aquilla,  quando veio para servir como cadete num regimento de cavalaria da cidade, escolheu residir no Paris Hotel.  A atriz dramática Ismênia Augusta dos Anjos, em 1873, hospedou-se no hotel antes da sua viagem de volta à Corte.  Em 1875, a viúva de Pascal vendeu o hotel para Chermette e Irmãos.     Mesmo depois com a aquisição do hotel por outros proprietários o seu nome foi mantido.  Em 1916, o italiano Antônio Giacoletto, natural de Torino, adquire o prédio e inicia sua primeira reforma.   Após a conclusão das obras em 1923, o prédio ficou totalmente restaurado  ficando o que hoje se denomina de um hotel cinco estrelas.   Durante a sua gerência, Giacoletto  importava da Europa, principalmente da sua terra natal, todos os produtos de consumo do hotel.  Neste período funcionava anexo ao hotel o American Bar,  que era um dos "poits"  mais freqüentados da época.    Mais tarde o Senhor Paul Gustav Wilhin Niess adquire o estabelecimento e em 1938 vende para os italianos Giovanni Fiandesio e Carlo Melloni, que desde 1925 administrava o hotel.    Em 1950, os italianos Giovanni e Carlo vendem o hotel para a empresa Colussi e Saeger Ltda.  A partir de 1966 até os dias atuais o hotel passa a ser do Senhor Fermino Rezende Hilário, português radicado em Rio Grande, natural de Avanca, província de Aveiro.  O prédio com aspectos arquitetônicos espanhóis de influência moura. É um edifício de dois andares com notável arquitetura, marcado pela beleza de seus pátios internos, escadaria em madeira, pisos com ladrilhos decorados e mármores em xadrez.  Apresenta ainda uma preciosidade em seus forros, principalmente no saguão com painéis a óleo, pintados sobre couro. Foi tombado como Patrimônio Histórico Estadual em 1986.


FACHADA


DETALHE DA FACHADA

VISTA DA PLATIBANDA

VISTA DA ENTRADA

PORTA DEACESSO AO SAGUÃO DO HOTEL

4 comentários:

  1. Fantastico! Obgada por contar detalhes desse predio que hoje está aparentemente esquecido. O local não é muito conveniente mas valeu muito conhecê-lo hoje.

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  2. grata foi mto gratificante ler sobre a história de Hotel que me marcou profundamente por seus encantos, atmosfera onírica, aí estive com meus pais aos meus 9 anos de idade, e da magia dos pátios internos jamais esqueci-me, inspiram-me até hoje 56 anos após minha primeira visita.

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  3. Meu tio Álvaro Roche foi garçom neste hotel. Recentemente visitei e planejo um dia me hospedar, mesmo sendo moradora no município.Vou esperar a pandemia acabar...

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  4. Quase morri de frio uma ocasião que fiquei lá...pode ser histórico mas como hotel...vou te contar...

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